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Audiência Pública

Audiência Pública gera encaminhamentos para combater o racismo institucional na UFT

Por Joice Danielle Nascimento | Revisão: Paulo Aires | Publicado: Terça, 27 de Junho de 2023, 15h07 | Última atualização em Quinta, 29 de Junho de 2023, 13h18

Na noite desta segunda-feira, 26 de junho, o Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria da República no Estado do Tocantins, sendo representado pelo procurador da República Álvaro Manzano, realizou uma Audiência Pública  para discutir as ações dos órgãos internos da UFT, no que diz ao acolhimento dos estudantes cotistas das diversas categorias. A Audiência foi realizada no Câmpus de Palmas, no prédio da Reitoria, na sala dos Conselhos Superiores, exatamente com objetivo de aproximar os estudantes das discussões travadas na ocasião. A reunião foi conduzida juntamente com a professora do curso de Direito, Ana Lúcia Pereira, que coordena o Núcleo de Pesquisa e Extensão de Igualdade Étnico-Racial e Educação (IERÊ).   

Além dos estudantes, professores, técnicos administrativos, diretores de câmpus, advogados representantes da sociedade civil, participaram da audiência Maykon Costa, representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE); Moisés Arantes Neto, diretor de Câmpus; Eduardo Cezari, pró-reitor de Graduação; Rafhael Pimenta, pró-reitor de Pesquisa e Pós- Graduação; Ary Henrique Morais,  pró-reitor de Tecnologia da Informação e Comunicação; Maria Santana Milhomem, pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários e Kherlley Caxias Batista, pró-reitor de Assuntos Estudantis. A reunião pública também contou com a participação da secretária de Estado dos Povos Originários e Tradicionais do Tocantins, Narubia Werreria.

Durante a Audiência,  além da exposição de  dois processos movidos por estudantes que sofreram racismo na UFT, a discussão entre as várias instâncias da Universidade e a abertura de momentos de fala para os estudantes, resultou em alguns encaminhamentos para o combate do racismo institucional na UFT. Entre os encaminhamentos estão a criação de uma câmara de mediação de conflitos dentro do espaço universitário e um curso de letramento racial voltado para a comunidade geral, além de fóruns de participação estudantil para debater a questão periodicamente na gestão superior.

A professora Ana Lúcia ressalta as atribuições do IERÊ na  realização da Audiência Pública e também destaca a importância da realização da reunião. “Quando nós chamamos essa Audiência Pública, o papel do grupo foi tornar público os dois processos que nós acompanhamos, porque nós estamos diuturnamente com os alunos pretos, pardos e indígenas, e eles fazem reclamações mas, por medo, não conseguem levar a denúncia até fim. Então, o nosso papel foi, a medida que já teríamos condições de tornar público o processo, trazer esse processo para debate, para que não houvesse um discurso de que o que nós estamos denunciando faz parte de um caso isolado, porque infelizmente, quando se trata de racismo, é colocado que não estamos conectados com a realidade."

Ana Lúcia também pontua que a Audiência atingiu seu objetivo, porque proporcionou um momento de diálogo franco, do qual surgiram encaminhamentos positivos e que devem gerar bons resultados. “Nós visualizamos coordenadores de curso, nós visualizamos a Direção de Câmpus, nós visualizamos pró-reitores e nós percebemos que houve uma oitiva, ou seja, as pessoas ouviram o que a gente queria falar. Agora eu digo que o futuro vai depender de todos nós. Porque a gente optou por uma câmara de mediação de conflitos? Porque se criássemos outro órgão dentro da Universidade, novamente, nós estaríamos atribuindo a um único órgão discutir a questão do antirracismo, das políticas de ações afirmativas. Então, eu vejo que o grupo atingiu o seu objetivo de formar essa câmara de mediação de conflitos, que o futuro também vai ser traçado por nós mesmos, eu seja, a Sucom, as outras pró-reitorias, as direções dos câmpus. Enfim, eu acredito que é um marco para os 20 anos da Universidade Federal do Tocantins, porque nós podemos tentar traçar os próximos 20 anos de uma outra forma. E eu me emociono porque é difícil. Eu digo para você que eu tenho esperança  e que para vocês que são jovens, 20 anos é muito longe, mas para mim que já estou aí, vivendo seis décadas, 20 anos ainda é uma possibilidade da gente mudar. E eu espero que as pessoas que participaram que elas se sintam responsáveis por esse momento e para os próximos 20 anos”.

Sobre o IERÊ

O IERÊ existe a 10 anos e é um espaço que nasceu com  com a perspectiva de discutir relações raciais no ambiente universitário e realizar um acolhimento dos alunos pretos, pardos e indígenas. O grupo também trabalha para demonstrar a transversalidade das pautas raciais e a importância de discuti-las  em todos os espaços da Universidade, tendo em vista o histórico do escravismo e do colonialismo que perpassam a história do país. 

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