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FILOSOFIA

Ilíada, de Homero, é tema do Círculo de Leitura deste sábado

Por Paulo Aires | Supervisão: Samuel Lima | Publicado: Quinta, 04 de Mai de 2017, 16h22 | Última atualização em Quinta, 04 de Mai de 2017, 16h55

Canta-me a Cólera – ó deusa! – funesta de Aquiles Pelida,
causa que foi de os Aquivos sofrerem trabalhos sem conta
e de baixarem para o Hades as almas de heróis numerosos
e esclarecidos, ficando eles próprios aos cães atirados

Estes são os quatro primeiros versos do Canto I, A peste e a lira, da Ilíada, de Homero, na tradução de Carlos Alberto Nunes.

É exatamente sobre esta obra, Ilíada, que correrá neste sábado (06), das 15 às 17 horas, na sala 105, bloco J, câmpus de Palmas (UFT), sessão extraordinária do Círculo de Leitura, uma palestra a cargo do professor Odi Alexander Rocha da Silva, doutor em Letras, que, entre outros temas, trabalha com língua e literatura da Grécia antiga.

Em grego antigo, a Ilíada é um dos mais representativos poemas épicos da Grécia Antiga, de autoria atribuída ao poeta Homero. O obra retrata acontecimentos ocorridos na Guerra de Troia.

Sobre o livro, o professor Fábio Duarte, coordenador do Círculo de Leitura, considera que em se tratando de uma obra clássica, ele pede revisitações freqüentes, momentos em que se enriquece a compreensão do que somos e de onde nos forjamos.

Duarte pontua que "Há desses livros fundamentais da cultura ocidental, que através de seus temas, heróis, frases que nos marcam de forma indelével. A Ilíada decerto está entre esses livros fundamentais para se compreender o ocidente, estando nos alicerces desta cultura.”

O tradutor Carlos Aberto Nunes, no texto “A questão homérica”, enfatiza a perenidade das duas obras de Homero: “Surgidas nos primórdios da literatura, a Ilíada e a Odisseia ainda conseervam todo o seu frescor primitivo, como se os milênios, muito longe de ofuscar-lhes o brilho, só contribuíssem para exaltar-lhes a beleza intríseca.”

Obra repleta de personagens. O professor Odi alexander Rocha da Silva destaca que a Ilíada representa o início da literatura como prática no Ocidente; lembrando que a história da cultura ocidental inicia-se na Grécia antiga; e dentre os muitos legados culturais fornecidos pela antiguidade ocidental, está a Ilíada, escrita por Homero e datada do século VIII a.C.

Para Silva, “a Ilíada pertence, esteticamente, ao gênero literário épico, gênero de narrativa longa e cuja transformação deu origem aos nossos romances modernos. Para além deste fato, no entanto, a leitura da Ilíada nos dias de hoje é fundamental não apenas pelo momento histórico que representa. A Ilíada constitui um dos principais objetos de estudo da literatura, da medicina e de outras áreas do conhecimento”, argumenta.

O professor também sublinha que foi nessa obra que os antigos realizaram os primeiros estudos de anatomia humana, de linguagem para citar apenas alguns; que na antiguidade grega, o seu estudo era fonte obrigatória de aprendizado para o adolescente em sua formação cultural e de caráter. Obra estudada e citada por Platão, Aristóteles, pelos estudiosos medievais, pelos humanistas do Renascimento e também lida pelos escritores e demais estudiosos na modernidade.

Em suma, Silva menciona ainda que “a Ilíada representa o primeiro momento em que o homem passou a se preocupar em registrar grandes quantidades de informação, tendo, para isso escolhido a literatura, a qual era, desde aqueles tempos, o instrumento por meio do qual as tradições, a religião e os costumes eram passados de geração a geração.”

Homero

Foi um poeta épico da Grécia Antiga, ao qual tradicionalmente se atribui a autoria dos poemas épicos Ilíada e Odisseia. Estima-se que tenha vivido entre os séculos IX e VIII a. C. Sua obra foi composta e transmitida oralmente.

Professor Odi Alexander Rocha da Silva

Doutor em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Possui mestrado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2012); especialização em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2008); graduação em Letras - Licenciatura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2005). É autor de "Dinâmica de um Sentir - Lírica e Recordação em Safo de Lesbos" (NEA, 2013). Atua principalmente nos seguintes temas: língua e literatura da Grécia antiga, grego bíblico, teoria da literatura, literatura comparada, história e poesia lírica.

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