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UNITEC

Milho: maior produção com menor custo já é uma realidade

Por Virgínia Magrin | Publicado: Terça, 20 de Novembro de 2018, 08h00 | Última atualização em Quarta, 21 de Novembro de 2018, 11h22

Cultivares adaptadas e com boas qualidade e rendimento são o foco do Programa de Melhoramento Genético do Milho, da UFT (Foto: Divulgação)Cultivares adaptadas e com boas qualidade e rendimento são o foco do Programa de Melhoramento Genético do Milho, da UFT (Foto: Divulgação)selo UnitecJá pensou em ter um cultivar de milho específico para sua propriedade, adaptado às condições climáticas e de solo da sua região? Acha que isso seria muito caro? Com o Programa de Melhoramento Genético de Milho da UFT não, explica Aurélio Vaz, professor e pesquisador responsável pela pesquisa que tem apresentado excelentes resultados na prática.

O começo

Para chegar ao ponto de oferecer cultivares de milho com boa qualidade e rendimento com preço justo foi necessário percorrer um caminho de muito estudo e experimentos e fechar parcerias, tal como a firmada com a empresa Pioneira em 2010. A empresa cederia o material genético para UFT e em troca a Universidade desenvolveria o melhoramento genético do produto.

“Quando entrei na universidade, a gente não tinha material genético nenhum para começar. Geralmente a gente começa de algum ponto de cultivares comerciais. Mas a Pioneira nos cedeu alguns cultivares adaptados às condições da região, e a partir daí a UFT montou o melhoramento em parceria com a empresa”, esclarece Vaz. A Pioneira cedeu todos os royalties para a UFT, em troca, ela tem exclusividade na comercialização desses cultivares.

A parceria permitiu que a Universidade contribuísse com o melhoramento desses cultivares, cobrindo uma lacuna que existia no estado - o Tocantins não possuía nenhum cultivar de melhoramento específico para as nossas condições. A maioria foi desenvolvida para outras regiões, tais como a do Triângulo Mineiro, e avaliado em locais como o Mato Grosso. Mas os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecido como a região do Matopiba, são áreas de extremidades e portanto pequenas e diferentes das do Triângulo Mineiro.

Resultados

Em 2014 a pesquisa teve acesso ao primeiro cultivar de milho, que é uma variedade de produto que ganhou o nome de “UFT Robusto”, pela sua robustez de adaptação ao Estado. “A partir daí o programa de melhoramento foi intensificando seus trabalhos e começamos a desenvolver os híbridos. Hoje também temos dois híbridos, que é o cruzamento de duas linhagens com potencial produtivo muito maior que o da variedade na média brasileira”, comemora o pesquisador.

Para se ter uma ideia, a melhor média da variedade é alcançada no Mato Grosso do Sul, com uma produção de oito (8) toneladas. Já o híbrido desenvolvido pelo pesquisador Aurélio Vaz e sua equipe alcançou uma produção que ultrapassa dez (10) toneladas.

Como ter acesso?

Professor Vaz diz que há capacidade para desenvolver produtos específicos para o produtor a preços acessíveis, por meio de parcerias (Foto: Daniel dos Santos/Sucom)Professor Vaz diz que há capacidade para desenvolver produtos específicos para o produtor a preços acessíveis, por meio de parcerias (Foto: Daniel dos Santos/Sucom)Hoje o Programa de Melhoramento Genético da UFT em parceria com a Pioneira tem condições de lançar todos os anos dois cultivares de milho. Com acesso a mais de três mil linhagens - sendo que um híbrido é desenvolvido a partir de duas - qualquer produtor acima de mil hectares que quiser um cultivar específico para a sua propriedade, a empresa tem condições de produzir, com um valor bem menor que o pago pela semente comercial.

Enquanto as empresas vendem um cultivar de milho a R$ 600, o híbrido desenvolvido pela UFT em parceria com a Pioneira é vendido a R$ 200 e a variedade a R$ 100. Por que esses valores bem menores? Aurélio deixa claro: “O foco da Universidade não é obter lucros exorbitantes. A UFT visa o desenvolvimento regional e a Pioneira visa o desenvolvimento financeiro. Conseguimos mesclar os dois mundos oferecendo um produto de qualidade a preços justos”.

O professor explica ainda, que pequenos e grandes produtores da região do Matopiba podem procurá-los - “Temos capacidade e pessoal para desenvolver produtos específicos para o produtor a preços acessíveis, por meio de parcerias”. A parceria funciona da seguinte forma, como a Universidade não tem um aporte financeiro para pesquisa, o produtor passa a ser cotista dentro da própria empresa. Por exemplo, se todo ano ele precisa de mil sacas de sementes, então ele adianta esse valor em troca de um cultivar específico pra ele, ou um desconto maior quando for comprar o produto.

Além de um produto de qualidade, com preço justo, o produtor que adquirir as sementes desenvolvidas pela UFT terá as empresa juniores da Agronomia para dar suporte técnico para ele, empresas como a Humix que vai dar orientação sobre o melhoramento de solo, entre outras tecnologias, como a do controle de pragas.

Futuro

Todo o trabalho desenvolvido até agora permitiu que a pesquisa caminhasse em um eixo específico daqui pra frente, que é o de resolver problemas do agronegócio. “O agronegócio vai falar meu problema é esse, e nós vamos procurar solução”, afirma Aurélio Vaz.

Na I Feira Tecnológica Universidade Empresa (Unitec), organizada pelo Sebrae em parceria com a UFT, Fieto e outras Instituições de Ensino Superior, o setor produtivo vai ter acesso a essa e outras tecnologias e produtos. Saiba mais sobre a Unitec clicando aqui.

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