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Série Especial - Especializado I

Instagram, consumo e moda: como digital influencer pode se tornar a profissão da década

Por Caira Lima e Isabela Leão | Orientação: Profa Lúcia Helena Mendes | Publicado: Quarta, 31 de Outubro de 2018, 18h42 | Última atualização em Quinta, 01 de Novembro de 2018, 10h50

Foto: Caira Lima

Segundo a Revista FORBES, 2017 foi considerado “O ano do Influencer”. Eles são uma febre entre as novas gerações, e você provavelmente já ouviu falar. Em português, são chamados de “influenciadores digitais”. Do Instagram ao Youtube, passando pelo Snapchat, são formadores de opinião, que movimentam e influenciam uma grande quantidade de pessoas através de sites, blogs e redes sociais, segundo Montelatto (2015). O termo utilizado pelo mercado abrange tanto youtubers, quanto instagramers, bloggers e afins, reduzindo-os a um nicho de mercado que cresce a cada dia. Não é à toa que já existem premiações para tais (inclusive divididas por categorias: moda, maquiagem, etc) e até curso de graduação para ser influenciador digital.

Só no youtube por exemplo, segundo dados do Snack Intelligence/Tubular Labs, o Brasil conta com 24 canais na lista dos 100 mais influentes do mundo. Os assuntos são diversos: é possível falar de jogos, culinária, maquiagem, ciência, moda, ativismo... A internet tornou possível reunir pessoas com gostos similares, conversar sobre elas e compartilhar experiências. Nesse meio, as que se destacam por seu conteúdo se tornam os influenciadores, que acabam se tornando pontos de referências no que comprar, como, onde.

Por ser uma área de mercado tão aberta, é possível ainda que ocorra uma convergência de mídias: Instagram, Youtube, Snapchat. É possível publicar conteúdos complementares, analisando a finalidade de cada rede, abrangendo ainda mais o público. O instagram também se tornou a porta principal para aqueles que não querem construir uma carreira de youtuber, mas ainda querem criar conteúdo. Diversas mudanças no aplicativo lançado em 2010 facilitaram o alcance e o patrocínio de posts, sendo a principal porta para o uso do marketing. Se no início era comum sair do youtube e ir para o instagram, agora o caminho é o contrário: o instagram se tornou a principal rede para influenciar pessoas.

 

Protagonismo feminino e “instagramável”,  ou em bom português “que dá para postar no instagram”

Ainda segundo a pesquisa do QualiBest, o instagram tem prevalência feminina, com 23% das preferências em redes sociais.  As mulheres ainda são as principais influenciadoras nas 17 categorias analisadas, inclusive nas dominadas por homens, como comédia e música. No quesito moda e beleza, o foco desta reportagem, elas têm domínio total.

Na moda, o Brasil tem um nome grande: Camila Coutinho. Se você se interessa pela área, ela dispensa apresentações. A pernambucana, criadora do blog Garotas Estúpidas, em 2015 foi eleita pela revista Forbes um dos 30 jovens brasileiros mais influentes com menos de 30 anos, aparece desde 2017 na lista das 500 pessoas mais influentes no ramo da moda no mundo segundo o The Business of Fashion, é autora de um livro “Estúpida, eu?”, entrevista pessoalmente até o próprio Jean Paul Gaultier, além de influenciar - atualmente - mais de 2 milhões de pessoas ao redor do mundo pelo Instagram (somente na conta pessoal).

O jornalista Pedro Bial, ao entrevistá-la juntamente com Joyce Pascowitch, no programa da Rede Globo “Conversa com Bial”, ressaltou, ao apresentá-las, “o faro apuradíssimo para saber o que a gente quer saber”. É isso que sintetiza o porquê de estarmos tão vidrados nos influenciadores atualmente.

 Camila Coutinho, criadora do blog Garotas Estúpidas (Foto: Jorge Bispo/Divulgação)

Um dos primeiros blogs de moda brasileiros, hoje Camila Coutinho continua lançando tendências, e ditando direções não só no mercado fashion, mas como comunicadora. Por exemplo, o fato de, agora, Camila Coutinho e Garotas estúpidas serem duas coisas separadas e independentes. Ao perceber a diferença de interação com o público quando ela, a blogueira, falava, ao invés do blog em terceira pessoa, viu que não tinha apenas um produto nas mãos, mas dois. São identidades diferentes, com públicos diferentes e até postagens diferentes, mas que novamente mostrou a constante busca por novidades e criação dos influencers. Não é a toa que Camila é um dos grandes nomes quando se fala em inspiração nesse novo nicho de mercado.

Em especial porque a moda sempre foi  um dos aspectos mais influenciáveis da sociedade. Saímos das revistas, passamos pelos filmes, agora temos dicas fashion e a última moda em apenas um clique: sites, blogs, instablogs… É possível saber o que é moda em São Paulo e em Milão, e as últimas tendências com um ou dois cliques e tudo isso no mesmo lugar: o Instagram - a principal rede social que ajudou Camila a crescer e aumentar seu empreendimento.

Em Palmas, capital do Tocantins, esse mercado cresce no mesmo ritmo. Os influenciadores em sua maioria são mulheres. É possível, facilmente, juntar uma pequena lista de pelo menos dez nomes que tem uma grande representatividade no mercado palmense, e entre eles estão Leticia Coelho, Jéssica Póvoa, Maria Clara Guimarães e Sara Coragem.

Cada uma aborda seu público de uma forma, seja separado persona e empresa, ou unindo os dois, o fato é que é cada vez mais comum mulheres jovens empreendedoras criando um espaço de compartilhamento e influenciando cada vez mais a moda local. Mas o que faz essas mulheres terem sucesso?

Para a jornalista e consultora de imagem e moda palmense Kassandra Valduga, o que faz uma digital influencer ter sucesso é um conteúdo interessante e bem elaborado. Apesar de uma formação em comunicação poder ajudar, a base do conteúdo é a pesquisa e o estudo.  

A moda está sempre em constante mudança, e exige que a influenciadora se mantenha atualizada, principalmente porque seu público cobra. E é nisso que as palmenses investem.

Das entrevistadas, apenas uma tem formação na área de comunicação, mas todas apresentam desenvoltura suficiente a ponto de se tornarem destaque. Jéssica Póvoa, dona da conta @achadinhosto, usou seu knowhow para criar a conta que divulga achados na cidade: trabalhar em lojas de roupas e cujo foco é a moda, como a franquia de óculos Chillibeans, a ajudou a conhecer o seu público e o que ele queria, antes mesmo da criação do perfil. Já Letícia Coelho, dona da loja Letslo e de uma conta no Instagram com mais de 100 mil seguidores, construiu seu público postando looks que ela mesma montava com as roupas que vendia - prática que ela mantém até hoje, agora com as roupas da loja.

 

Mesmo mercado, diferentes começos

Quando começou a vender capas personalizadas para réguas em 2009, a então estudante de arquitetura Letícia Coelho não imaginava que hoje teria sua própria marca, nem que estaria influenciando milhares de pessoas com seus looks. A ideia surgiu após a empresária perceber um gancho de mercado, já que na cidade não vendia nada do tipo. Um tempo depois, o foco mudou: passou a criar brincos de bijuterias, que eram peças mais fáceis de levar para a faculdade. Foi nessa época que a atual clientela começou a tomar base.

As roupas entraram na vida da jovem após a oportunidade de um intercâmbio em Portugal pela universidade em 2012, quando amigas pediram para ela trazer algumas peças. Com o dinheiro do lucro, Leticia investiu em uma linha de vestuário de uma amiga, que fazia consignado, proporcionando um investimento inicial baixo. Com as vendas, ela comprou um carro, montou um espaço em casa, e em 2014, inaugurou um espaço somente para vender as roupas.

Ela credita o rápido sucesso e crescimento às redes sociais. “Acredito que seja porque eu comecei a desenvolver [a marca] no instagram. Desde quando comecei a vender a primeira roupa, já estava no Facebook. Já fazia as montagens, foto do meu look - pegava uma bolsa e um sapato e postava”, nos contou. Assim, com uma forma de divulgar, as fotos ajudavam as clientes a terem uma ideia de como usar as roupas, e consequentemente, influenciadas a comprarem as peças. “A minha empresa começou através das redes sociais”.

Junto com o crescimento da empresa veio o status de digital influencer. Utilizar o Instagram como ferramenta principal para sua divulgação veio depois que a marca já estava consolidada, como uma ferramenta para aumentar o alcance de pessoas.

 

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A minha empresa começou através das redes sociais

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                                                   (Clique para visualizar mais no Instagram)

 

Para Maria Clara Guimarães, também de 28 anos, a influência veio antes da decisão de abrir um negócio. Na verdade, a loja foi uma consequência do trabalho que ela vem desenvolvendo há dois anos e meio. A servidora pública, que atualmente está licenciada, sempre se interessou por moda, e após um convite de uma amiga para fazer fotos para sua loja, e para as redes sociais, resolveu investir na carreira. Começou fazendo permuta com as lojas, até que começou a ter retorno financeiro.

A Closet das Duas surgiu depois, quando sua carreira de influencer já estava consolidada, através de uma parceria com uma amiga que já tinha uma loja. Hoje ela comanda o negócio sozinha, e acredita que a loja e as redes sociais são trabalhos complementares. Isso porque ela afirma que o trabalho de digital influencer ainda não dá um retorno financeiro suficiente. “Na verdade, hoje, aqui em Palmas, o trabalho de digital influencer te dá um retorno financeiro sim, mas às vezes não é o suficiente para você se manter”, destaca.

Maria Clara conta qual foi o momento em que percebeu que estava realmente influenciando. “Uma marca de nível nacional selecionou meninas para um trabalho de representação da marca. Eu fui uma das escolhidas. Quando entraram em contato e me chamaram para fazer parte do projeto, eu percebi que meu trabalho estava surtindo efeito e eu realmente estava influenciando”, contou.

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Jéssica Póvoa, que comanda a conta achadinhosto no instagram, tem 27 anos e foi pioneira em um tipo de abordagem aqui em Palmas: o de “achados”. Diferente das outras duas entrevistadas, ela se inspirou em contas de outros estados para trazer a moda de palmas à vista, já que ainda é muito comum dar mais atenção ao que acontece em outros estados.

Com a intenção de dar dicas de roupas baratas e que estivessem na moda, a estudante do curso de Administração, uniu o amor pela moda e um hobby, que acabou crescendo e se tornando também uma profissão. O fato de sempre ter dado dicas de moda para as amigas, e ter trabalhado em lojas multinacionais que são referência de moda no país acabou a ensinando a lidar com o público e observar o comportamento dele.

 Foto: Isabela Leao

Por último, entrevistamos a influenciadora Sara Coragem. A carreira começou de forma despretensiosa, como ela mesmo afirma. Ela já trabalhava como gerente de umas lojas de moda e que tinham uma visibilidade grande por conta do viés mais fashionista, aquela pegada de montar looks para os clientes e acabou ficando conhecida no meio da moda palmense. Após a sugestão de uma amiga para tirar fotos para uma loja, depois de perceber que as roupas vendiam mais rápido quando ela usava, veio a ideia de iniciar um blog, o Dicas da Sarinha.

Formada em administração, ela também fez cursos em styling, produção e jornalismo em moda, que ajudaram na criação do seu estilo e do que suas seguidoras gostariam de ver. Na época da criação do blog ela já possuía aproximadamente 7 mil seguidores; agora, dois anos depois, o perfil no Instagram já conta com mais de 56 mil seguidores, e acumula mais de 3 milhões de impressões - ou seja, são 3 milhões de pessoas visitam a página semanalmente.

Foto: Caira Lima

Novos mercados, novos projetos e novos meios de ganhar dinheiro

O Brasil, hoje, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tem cerca de 12,5 milhões de trabalhadores desempregados. Em tempos como esse, o empreendedorismo é a “janela de escape” para muitas pessoas, que veem na inovação uma chance para conseguirem uma fonte de renda. Esse, talvez, seja um dos motivos para a crescente onda de influenciadores digitais que surge no Brasil.

Nós conversamos com Roberto Morais, que é Gerente Institucional no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Tocantins. Para ele, as redes sociais são “canais de comunicação que possibilitam novos negócios” e, portanto, são mecanismos que possibilitam um novo segmento de trabalho. “Essas redes estão possibilitando o surgimento de novos mercados, novos projetos e novos meios de ganhar dinheiro, elas são uma tendência para hoje e para o futuro”, afirmou.


O trabalho de influenciador cresce constantemente entre o jovens. Os millenials, que já cresceram em mundo digital, estão habituados ao mundo tecnológico. Atrelado à essa vivência, está, como explica Roberto, a facilidade de investimento no trabalho nas redes.   “Esse novo mercado possibilita que, com pouco investimento, a pessoa consiga grandes resultados. É sim uma grande oportunidade para esses jovens que não teriam condições de acessar grandes mercados no modelo "antigo", sem a influência digital que têm hoje”, explicou. 

O SEBRAE Tocantins ainda não possui números em relação à profissões e empreendedores que focam nas redes sociais para construir suas profissões. No entanto, na nossa conversa com as influenciadoras palmenses, é possível perceber que elas já movimentam o mercado. Apesar de, em maioria, afirmarem que não ainda conseguiriam viver apenas de influência digital caso deixassem de seguir com os empreendimentos, elas já fazem dinheiro e parcerias com marcas famosas.

É o caso de Maria Clara Guimarães, que já fez campanha para marcas nacionais, como a Amaro e a Hering, mas ainda acredita que por Palmas ser uma cidade pequena, o mercado de influenciadoras ainda não está tão consolidado. “Aqui em Palmas as pessoas ainda tem um pouco de resistência. Elas ainda querem fazer mais permuta. Eu acho que se eu não tivesse a loja, eu não aceitaria permuta de jeito nenhum. Agora que o pessoal está começando a assimilar que isso dá retorno, dá resultado, o que em outros estados como São Paulo e Goiás já é bem diferente.”, destaca.

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Jéssica Póvoa também reforça isso: a instablogger não recebe pelas divulgações, e trabalha com permutas. No entanto, o fato dela focar somente nas marcas e não na imagem própria chamou a atenção dos atuais parceiros da estudante. “Como eu não focava em mim, as pessoas começaram a gostar que era só a propaganda. No começo, eu nem falava. A partir daí, começaram a me mandar directs perguntando se eu fazia parceria”, nos contou.

 Já Sara Coragem, única influencer de Palmas que afirma que hoje conseguiria viver de influência, também mostra na prática como o marketing de influencer funciona. Ao longo dos anos de blog, diversas parcerias que possibilitam deixar de consumir os mais variados serviços: hoje, ela tem personal trainer, academia, comidas, salão de beleza e farmácia à disposição. Ela consegue balancear os trabalhos que faz por permuta e os que cobra. Para se ter uma ideia, atualmente atende 9 lojas de roupas femininas, e duas lojas de sapatos - a empreendedora faz tanto sucesso que chega a esgotar produtos de lojas que divulga. Marcas de renome nacional também já tem contrato com ela, como a Samsung, O Boticário, Farmácia Artesanal, entre outros. Com tanta experiência, ela tem dicas preciosas para quem quer empreender nesse nicho de mercado. 

                     

 

As Palmenses e a Moda

Em uma visão nacional, segundo levantamento do Youpix, 50% dos influenciadores digitais com mais de um milhão de fãs, são mulheres. Se cruzarmos com os dados do início da reportagem, é possível notar que a influência acontece de uma forma bem direta, e que atinge cada vez mais jovens. Em Palmas, apesar de ser uma cidade pequena comparada com os grandes polos de moda brasileiros, como São Paulo, o setor da moda continua sempre crescendo, com novas lojas e outlets a cada dia.

A necessidade de inspirações se torna cada vez mais presente, fazendo a fama das influenciadoras crescer na capital. Quando perguntadas se isso faz com que a moda se torne padronizada, algumas negam pois acreditam que suas seguidoras se “inspiram mas não fazem igual”. Isso porque, segundo elas, por mais que ainda sejam poucas, são estilos diferentes. “Quando você gosta de uma coisa, outra pessoa ali também gostou daquilo, acaba que influencia todo mundo.” Jéssica Póvoa comenta. Mas, quando o assunto é a padronização do estilo das palmenses, ela acredita que não exista. “Padrão era antes das influenciadoras - todo mundo vestia a mesma coisa. E agora, a gente quer mostrar para as pessoas que não precisa ser sempre a mesma coisa, não precisa ser só um pretinho básico ou um vestido cheio de brilho. É possível usar  e ousar com outras peças de roupa também”, completa.

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No entanto, para Kassandra Valduga, os produtos que as marcas e lojas oferecem ainda são muito parecidos, dificultando que o consumidor encontre um diferencial. Ainda, segundo ela, existe a moda do “copie o look”, principalmente o de celebridades e influencers. “Antigamente as informações de moda eram restritas a pessoas que circulavam neste ambiente e quem ‘ditava moda’ eram as novelas. Hoje existe uma democratização desta informação, por conta das redes sociais, mas sem diferencial. É mais do mesmo. E quando surge alguma tendência, as influencers e as consumidoras acabam apostando tudo na mesma ficha, por isso esta padronização, a sensação de que as pessoas estão vestindo roupas parecidas.”, afirma. Nesse sentido, o que era para ser uma inspiração, acaba se tornando cópia.

Na mesma visão, Leticia Coelho, não acredita que a moda esteja padronizada, mas concorda que ainda falta um pouco de identidade, apesar desse aspecto ter melhorado. “No início, quando começaram as redes sociais, as pessoas entendiam que elas tinham que ser aquilo que a influenciadora ditava. Hoje em dia, se inspiram e mostram a essência delas.”, ela afirma. “As pessoas estão entendendo que quando é cópia, não tem essência”.

Para a dona da Letslo, vai demorar para que as seguidoras deixem de usar cópias e passem a usar inspirações, mas que já se dividem por nichos. Cada influenciadora tem seu estilo próprio, portanto, as seguidoras já podem escolher com quem se identificam mais na hora de se vestir. “É importante as influenciadoras entenderem que elas realmente influenciam, para buscarem sempre um conceito”.

As influencers da capital tocantinense concordam com um fato: há espaço para todas. As nossas entrevistadas acreditam que não existe competitividade, e que, na verdade, elas acabam se complementando - como Camila Coutinho define em seu livro, é a “concorrência colaborativa”. Sara Coragem fala que é por fazer o que realmente gosta que o trabalho é eficaz e atinge as pessoas. Aliás, a naturalidade ao apresentar os produtos foi a característica mais citada pelas entrevistadas - a qual atribuem o sucesso nas redes.

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Do outro lado da tela (do celular)

No quesito moda, já conhecemos a opinião das blogueiras. Agora, vamos falar um pouco sobre as que dão dois cliques na tela e distribuem likes nas fotos das influencers - e mais importante, são a razão desse trabalho dar certo. Conforme aponta uma pesquisa da Opinion Box (2018), o Instagram é a rede social preferida de 25% dos internautas, e durante toda essa resportagem essa rede social foi o foco, já que, atualmente, é lá que tudo acontece.

Maria Eduarda Britto, estudante de arquitetura, nos contou que está entre essas meninas que seguem as dicas das instabloggers. Duda, como gosta de ser chamada, disse que ama dicas de beleza. “Não sou dada a ir seeempre por influência de blogueira, mas produto de beleza eu sempre procuro o que falam na internet antes de comprar, especialmente base”, disse.“Esse batom eu vi uma influencer falando e comprei. O delineador e a base também.”, relata Duda

 

Duda revela que, quando está precisando de maquiagem, sempre procura saber o que as digital influencers falam sobre aquele produto. Ela conta que se as meninas que segue e tem influência falam coisas positivas, ela compra o item. “Gosto de ver a opinião das influencers que confio”.

 

Para entender um pouco do comportamento de quem segue as influenciadoras, fizemos uma pesquisa com mulheres de Palmas, entre 16 e 35 anos, que são usuárias do Instagram. Quem se denomina influenciadora realmente influencia? Esse poder todo que as influencers palmenses têm é algo concreto?

A resposta é sim, para as duas perguntas. Das entrevistadas, todas responderam que seguem alguma influenciadora digital. Além disso, 72,7% afirmaram que compram itens indicados por influencers palmenses, dado que responde às duas perguntas feitas acima.

Os números são consideráveis, levando em conta que o mercado das influenciadoras ainda está crescendo na cidade. As seguidoras são influenciadas sim, mas comprovando o que as entrevistadas falaram, a grande maioria só compra algo quando realmente gosta - 77,8%.

As peças de roupas lideram o topo dos itens mais comprados pelas seguidoras (55,6%). Os produtos de maquiagem ocupam o segundo lugar (17,6%), e em terceiro aparecem os sapatos (11,1%). Perguntamos se o estilo delas (em relação a moda) foi influenciado pelo que essas pessoas divulgam e a maioria respondeu que não (50%). Outros 33,3% responderam que “um pouco” e o restante (16,7%), disse que sim.

No entanto, apesar da maioria dizer que tem estilo próprio, 61,1% acredita que se não seguisse essas pessoas, talvez sua relação com a moda seria diferente, frente a 27,8% de respostas negativas e 11,1% de respostas positivas para essa questão.

Um outro dado merece destaque:

O empreendedorismo é responsável por centenas de histórias de sucesso, e mulheres empoderadas e empreendedoras estão nos quatro cantos do planeta. Aliar moda, influência, consumo e tecnologia é, sem dúvidas, um exemplo concreto de empreendedorismo na atualidade. Nós adoramos conhecer mais sobre esse universo e de como o mercado de trabalho é uma caixinha de surpresas. O mercado dos influenciadores digitais cresce a cada dia, e apesar de parecer saturado, sempre há lugar para quem quer inovar e criar novos conteúdos.

Por fim, deixamos aqui uma dica da Jéssica Póvoa para quem quer se lançar nesse mercado, mas ainda não sabe como começar a usar o instagram.

 

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