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UFT 15 Anos

A UFT pelo olhar dos reitores e o processo de construção da nossa história

Por Daniel dos Santos | Publicado: Sexta, 04 de Mai de 2018, 13h57 | Última atualização em Segunda, 07 de Mai de 2018, 10h48

Quem vê a Universidade Federal do Tocantins (UFT) com tantos prédios agora, entre outras obras em andamento, talvez não acredite que a instituição esteja completando apenas 15 anos de atividades. A história da universidade se faz uma das mais importantes do Tocantins, começou como luta dos estudantes da então Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) em 2000, para ter início às suas atividades em 15 de maio de 2003, com a posse dos primeiros professores pela UFT.

Desde então, a Universidade teve quatro reitores: Alan Barbiero (2003-2012), Márcio da Silveira (2012-2016), Isabel Auler (2016-2017) e Luís Eduardo Bovolato (2017-). Em comum, todos trabalharam em continuidade pelo crescimento equilibrado e com qualidade no ensino, por meio da formação profissional; na pesquisa, por meio da produção de conhecimento; e na extensão, com o retorno social do conhecimento gerado. Mas, além de perfis com características e equipes diferentes, cada um passou por contexto histórico distinto, que exigiu ou permitiu ações diferentes.

 Alan Barbiero foi o primeiro reitor eleito da UFT entre 2003 e 2018 (Foto: Daniel dos Santos)

“Tirar o avião do chão”
Nas palavras do primeiro reitor eleito pela comunidade acadêmica, Alan Barbiero, a UFT foi um sonho realizado por muita gente que acreditou no projeto. No entanto, havia diversos desafios. “Foi uma expectativa enorme criada pela sociedade, mas a realidade é que a estrutura que a gente tinha era muito precária. Por isso, eu faço a analogia com a decolagem do avião. Para tirar o avião do chão é preciso fazer uma força brutal. É a maior que tem”, ressalta.

Sem técnico-administrativos e menos da metade dos professores necessários, a UFT não tinha auditório, laboratórios e salas de aula suficientes. Com planejamento estratégico, a gestão conseguiu realizar muitas das metas antes de 2007. Em pouco tempo, o que era um período de muitas dificuldades tornou-se um período de muita prosperidade.

“Muito do que fizemos foi por ingenuidade. Por não saber que era impossível. Eu fui o reitor mais jovem do Brasil aos 36 anos. Éramos muitos professores jovens. Em cinco anos, nos tornamos a terceira melhor universidade da região norte”, destaca. Barbiero ainda ressalta que uma universidade nunca está acabada. “Sempre tem que lutar, trabalhar e evoluir. Cada reitor deixa sua contribuição no seu tempo. Mas nós tiramos o avião do chão com o esforço coletivo”, completa.

A gestão do reitor Márcio da Silveira continuou a ampliação da infraestrutura no período entre 2012 e 2016 (Foto: Daniel dos Santos)

Em expansão
O ex-reitor Márcio da Silveira geriu a UFT entre os anos de 2012 e 2016, tendo sido pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação na gestão anterior. Ao buscar na memória os principais momentos à frente da Universidade, ele destaca a expansão física em todos os câmpus. “É um período coletivo construído por muitas mãos. A gente conseguiu estruturar bibliotecas e plano diretor dos câmpus com espaços de convivência. Foram abertos novos espaços que passaram a ser utilizados como salas de aula, laboratórios e até mesmo moradia”, pontua.

Silveira destaca que o Câmpus de Palmas recebeu a instalação da Pista Internacional de Atletismo, prevista pelo Governo Federal como legado olímpico e a doação do terreno para a construção do Hospital Universitário. “É uma obra que será importante não só para estudantes da área da saúde, mas para a sociedade tocantinense. Conseguimos a doação da área para a construção do hospital em uma localização muito estratégica. Sem contar a doação do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Araguaína. Com gestores da UFT, o hospital tornou-se ainda mais referenciado do que era”.

Assim como Barbiero, Silveira também afirma que a universidade é um processo permanente de construção. "A universidade é paradoxal: fala muito em mudança, mas costuma permanecer no mesmo projeto. E existe lógica nisso: existem limitações orçamentárias, existem mudanças de governo com interesses diferentes. A gente nunca vai resolver todos os problemas da UFT. Até porque a universidade é isso: inquietante. Então, a gestão seguinte dá sequência e conclui o que foi iniciado pela anterior e inova em outras áreas que terão sequência com a gestão que a sucederá", pondera.

Isabel Auler ao tomar posse no MEC como primeira reitora da UFT (Foto: Arquivo/Sucom)Isabel Auler ao tomar posse no MEC como primeira reitora da UFT (Foto: Arquivo/Sucom)

Interrupções
A professora Isabel Auler foi pró-reitora de Graduação na gestão de Alan Barbiero e vice-reitora na gestão de Márcio da Silveira. Em 2016, foi a primeira mulher a assumir o mais alto cargo da Universidade, com o desafio de lidar com o contingenciamento de recursos após mudanças sensíveis no interesse do Governo Federal. Com isso, durante o ano em que esteve a frente, priorizou o diálogo com os estudantes, especialmente aqueles dos câmpus do interior, e a equidade nos aspectos sociais.

Sua gestão foi interrompida no início de 2017 devido a problemas de saúde que a atingiram e que, posteriormente, a levaram ao falecimento em 1° de maio do mesmo ano. Mas suas ideias sobre o quê projetava para a UFT podem ser lembradas nas palavras dadas em entrevista na época em que foi eleita. "Como gestora, docente, pesquisadora e mulher, sinto-me orgulhosa de contar com apoio e sensibilidade da comunidade acadêmica para conduzirmos a Universidade nos próximos quatro anos e sobretudo, congregar docentes, servidores técnico-administrativos e estudantes em torno de um sólido e vibrante projeto acadêmico, de forma ética e solidária", declarou a reitora.

O projeto ao qual ela se referia é descrito em outro depoimento da época em que foi empossada. "O que nós e a comunidade acadêmica podemos esperar da nossa gestão é que em um cenário complexo na política e economia, teremos de buscar parcerias, utilizar do conceito de pesquisas em redes e do entendimento da lei da inovação. E acima de tudo, temos como meta melhorar os indicadores do ensino de graduação".

O atual reitor Luis Bovolato tem priorizado a reorganização da universidade para fazer mais com menos recursos (Foto: Daniel dos Santos)

Uma nova realidade
Luís Eduardo Bovolato foi aprovado em 2003 no primeiro concurso para professores da UFT. Foi diretor do Câmpus de Araguaína por duas gestões entre 2008 e 2016. Em 2016 foi candidato a vice-reitor na chapa que elegeu a reitora Isabel Auler. Após o falecimento da reitora em maio de 2017, Bovolato foi eleito reitor pelos quatro anos seguintes.

De acordo com a avaliação do atual reitor, a UFT se implantou, expandiu-se e esse é o momento de reorganizar e adequar ao contexto de contingenciamento nos recursos por parte do Governo Federal. “Agora a Universidade tem que fazer mais com menos recursos. É uma nova realidade. Há mudança radical no tratamento do Governo Federal quanto às universidades, com declínio acentuado tanto em custeio quanto em capital”. Para isso, a atual gestão tem priorizado a modernização e o aperfeiçoamento de instrumentos gerenciais, gestão documental e melhor sistemática de distribuição de recursos, além da revisão de contratos. “A informação precisa estar na mão do gestor no tempo certo. A limitação orçamentária também foi um exercício de aprendizado. Apesar das dificuldades, fomos capazes de fechar o ano de 2017 com as contas pagas, sem comprometer os recursos do ano seguinte”, ressaltou.

O reitor destaca como prioridade a ampliação da política de assistência estudantil, para dar suporte às políticas de Estado que permitiram o acesso à Universidade por uma população de menor renda. “Precisamos garantir a permanência com qualidade desses alunos. A capacidade de diálogo da equipe de gestão é pertinente para que se faça entender o momento pelo qual as universidades estão passando”.

Atualmente, outro grande projeto da instituição é o UFT Social, que pretende levar a Universidade para além do que realiza nos municípios nos quais estão localizados os sete câmpus. Segundo Bovolato, há parceria e estreito relacionamento institucional com o Estado, os municípios e a iniciativa privada para identificar o quê a UFT pode contribuir.

Bovolato pontua que o momento também é de resiliência, pois se o Brasil pensa em alcançar o que foi projetado no Plano Nacional de Educação, a expansão do ensino superior tem que acontecer e consequentemente, a UFT tem que crescer.

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